quarta-feira, setembro 26, 2007

Portugal derrotado por Brasil eficaz

Foi uma selecção portuguesa muito abaixo da sua real capacidade, que se apresentou esta tarde frente ao Brasil, no Pavilhão das Travessas em S. João da Madeira.
O jogo estava rodeado de enorme expectativa, para ver como se comportava a formação das quinas, perante uma das mais fortes selecções do mundo, nesta última fase de preparação para o europeu de futsal.
Mas desde cedo se percebeu que o Brasil se apresentava mais forte, entrando muito bem na partida, pressionando a selecção portuguesa, que só esporadicamente conseguia sair em contra-ataque. E por isso não foi de estranhar, que à passagem do 4º minuto de jogo, o Brasil tenha inaugurado o marcador através de Ciço. Assistiu-se então a uma reacção curiosa por parte dos comandados de Orlando Duarte, que durante alguns minutos conseguiram ter o controlo do jogo, chegando mesmo nesse período ao tento da igualdade, através de Ricardinho, dando esperança de obtenção de um bom resultado, aos cerca de 3.000 espectadores presentes no Pavilhão. Só que o Brasil respondeu pouco tempo depois ao fazer o segundo por intermédio de Betão.
Portugal ainda tentou reagir, mas até ao final da primeira parte, assistiu-se a um suceder de erros cometidos pelos jogadores lusos, que viriam a ser bem aproveitados pelos brasileiros, que aproveitaram para dilatar a vantagem, fixando-a ao intervalo em 4-1 a seu favor.
Portugal entrou muito bem no segundo período, mostrando-se mais pressionante e apresentando uma dinâmica superior, conseguindo criar boas ocasiões para reduzir o marcador. Mas à menor eficácia dos portugueses, respondiam os brasileiros com um índice de concretização impressionante, marcando em quase todas as situações que dispuseram em toda a segunda parte e sempre após erros infantis dos jogadores lusos, como foi o caso do 5º golo do Brasil, que nasce de um atraso de Joel Queirós ao guarda-redes Cristiano, quando não o podia ter feito.
É no entanto de louvar, a forma como a selecção portuguesa tentou inverter a situação, mesmo após ter estado a perder por cinco golos de diferença, lutando até ao fim, no sentido de tornar a derrota um pouco menos pesada.
Para o jogo de amanhã, espera-se que Portugal dê uma imagem mais real do seu valor, cometendo menos erros, que contra selecções do calibre do Brasil, revelam-se fatais.
Boa arbitragem da dupla portuguesa António Cardoso e Ricardo Silva, que apenas tiveram um ou outro erro sem influência no resultado.

Ficha de jogo:

Jogo no Pavilhão das Travessas, em São João da Madeira
Árbitros: António Cardoso e Ricardo Silva

Portugal
Cinco inicial: Cristiano; Gonçalo Alves, Pedro Costa, Arnaldo e Ricardinho
Jogaram ainda: Israel, Ivan (cap), Joel Queirós, Zé Maria, João Marçal e Caturra
Treinador: Orlando Duarte

Brasil
Cinco inicial: Franklin, Ciço, Vinicius (cap), Marquinho e Wilde
Jogaram ainda: Carlinhos, Betão, Gabriel, Rato, Jonas, Humberto e Cidão
Treinador: Paulo César (PC)

Disciplina:
Cartão amarelo: Israel

Golos:
0-1 por Ciço (4´)
1-1 por Ricardinho (8’)
1-2 por Betão (10´)
1-3 por Wilde (14´)
1-4 por Humberto (18´)
1-5 por Wilde (25´)
1-6 por Marquinho (31´)
2-6 por Ricardinho (32´)
3-6 por Joel Queirós (36´)
3-7 por Gabriel (39´)



Reacções dos dois seleccionadores:

O seleccionador Orlando Duarte apresentou-se na sala de imprensa, bastante irritado com a prestação da sua equipa, dizendo mesmo que Portugal hoje foi “a selecção da ingenuidade”, explicando que “perante uma selecção com a qualidade do Brasil, não se podem cometer erros destes. Estivemos a dormir. Pior que isto era impossível, estamos a organizar o europeu e se for para jogar assim, mais vale nem irmos lá”. Orlando Duarte no entanto reconheceu que “a equipa esteve melhor depois do intervalo, mas já era tarde”. O seleccionador lembrou que a equipa das quinas “já não sofria sete golos há mais de três anos, mas também não são muitas as vezes que o Brasil sofre três, e nós temos mérito nisso”. Em jeito de conclusão, o treinador português disse que “o Brasil foi melhor que nós e mereceu ganhar porque foi mais eficaz”.

Já Paulo César (PC) concordou com o seleccionador português, quando disse que perante uma selecção como a do Brasil “não se podem cometer tantos erros como Portugal cometeu”, adiantando que “nós punimos os erros dos portugueses com golos, fomos tremendamente eficazes”. No entanto o técnico brasileiro acabou por reconhecer que “o número de golos verificado na partida não diz propriamente o que foi o jogo”.

 
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